No dia 11 de julho de 1887 ocorreu uma terrível tempestade no litoral do Rio Grande do Sul, mais precisamente nas proximidades de Bojurú e Rio Grande. Procedente do Rio de Janeiro com destino a Montevidéo, o paquete brasileiro RIO APA, luxuoso navio de passageiros (para os padrões da época), não resistiu a violenta tempestade que atingiu nosso litoral naquele fatídico dia. No dia anterior ao naufrágio (um domingo) ele foi avistado passando pelo povoado de Mostardas rumando para o sul, foi comunicado para Rio Grande sua passagem, como a bordo haviam passageiros originários de Rio Grande, Pelotas, Porto Alegre e outras cidades gauchas, o navio faria uma escala em nosso porto para o desembarque dos mesmos, um grande numero de pessoas se dirigiu para a desembocadura da Lagoa dos Patos próximo a praia do Cassino ( na época não existiam os molhes da barra) para verem a chegada do navio na manhã daquele 11 de julho, uma segunda-feira, porem ele não apareceu! Naquela madrugada fatídica o RIO APA enfrentou a maior tempestade do final do século XIX registrada pelos meteorologistas e observadores do tempo daquela época. Segundo pescadores e moradores próximos a Bojurú e São Jose do Norte, os ventos na madrugada daquele dia eram quase ¨ciclônicos¨ e ondas que ultrapassavam os seis metros. O navio não resistiu a força da natureza e sucumbiu entre as ondas gigantes que o atacaram. A comoção foi muito forte nas elites brasileiras da época, não houve sobreviventes na tragédia, o numero exato de vitimas é ainda um mistério pois quando saiu do Rio de Janeiro foram registradas 160 pessôas entre tripulantes e passageiros, porem o navio fez escala nos portos de Santos, Paranagua e Itajai para desembarque de passageiros, mas calcula-se que deveriam ter a bordo na hora do naufrágio cerca de 126 indivíduos. Uma semana após o naufrágio, corpos começaram a chegar na praia, a maioria deles quando foram recolhidos pelas autoridades locais, estavam mutilados sem os dedos e muitos até com as mãos decepadas, provavelmente pela ação de vandalos e ladrões para roubarem anéis e jóias em geral. Foi a partir desta data que foi criado no Brasil uma rede de estações meteorológicas interligadas por telégrafo e operadas por oficiais e observadores voluntários do tempo. O temporal que afundou o RIO APA era chamado pelo caracteristico nome de ¨Carpinteiros¨ eram os de SE difíceis de serem interceptados devido a ausência de ilhas em que se pudessem organizar estações de observação meteorológicas naquela época.
quinta-feira, 25 de março de 2010
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3 comentários:
Incrivel este relato! jamais tinha lido algo tão verídico do famoso e triste naufrágio do navio ¨Rio Apa¨.
Parabéns pela pesquisa Sardá. A foto é do dito ou é apenas ilustrativa? Coloquei uma chamada no chat do Conjuminando para avisar do artigo. Saudações, Miguel.
Miguel, a foto infelizmente é ilustrativa, é um navio da época do Rio Apa, o ¨Santaren¨.
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